segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Thatiana Pagung mostrará todo o seu talento no musical ‘Orfeu’


POR GRABRIELA GERMANO

Ela tem muito mais do que samba no pé e um corpo curvilíneo. Mas pouca gente sabe. Para o diretor teatral Aderbal Freire Filho, Thatiana Pagung conseguiu mostrar que seus dotes vão além do suingue e das formas definidas.

Nos testes que ele fez para uma nova montagem de Orfeu, clássico de Vinicius de Moraes, a moça cantou e convenceu. E no espetáculo que estreia dia 9 de setembro, no Canecão, Thatiana será a deusa Prosérpina.

"Depois que entrei no Carnaval, passei a sofrer um preconceito muito forte. Saíam 50 matérias minhas como rainha de bateria da Mocidade e uma sobre meus trabalhos como atriz. Essa é a maior oportunidade da minha vida. Aderbal é um carimbo que todo ator quer ter no currículo", comemora ela, que desde os 11 anos enveredou para o teatro.

Seu currículo não é fraco. Fez Tablado, formou-se na Escola de Música Villa-Lobos e ainda fez faculdade de Cinema. Mas também já posou nua e há alguns Carnavais desfila com a pouca roupa que é peculiar à ocasião. Thatiana assume sua parcela de culpa pelas pessoas só conhecerem uma parte de sua história. "Eu lido com imagem e preciso alimentá-la. Mas tudo depende de como você alimenta. Não posso aparecer só falando sobre Carnaval. Hoje, se recebesse um outro convite, não posaria nua", garante.

Para dar a guinada na carreira, resolveu agir em vez de esperar. "Chegou uma hora que ser chamada só de rainha me incomodava de tal forma que comecei a me movimentar. Sempre gostei mais de ser elogiada pela minha produção do que por minha beleza. Não espero mais o telefone tocar. Corro atrás das oportunidades e até produzi uma peça", diz, referindo-se ao espetáculo Sujou! A Comédia, em cartaz no Teatro Clara Nunes até dia 28 de julho.

A prova de que as aparências enganam é que ela já foi até testada por um jornalista, que duvidou de seus conhecimentos sobre cinema. "Ele começou a me fazer perguntas e falei sobre Orson Welles, Godard, Kubrick. Aí teve que dar o braço a torcer e escreveu algo do tipo: 'Ela estava nua mas me colocou no bolso'", ri. "Eu converso sobre tudo porque leio sobre tudo, sou estudiosa".

E, para os marmanjos de plantão, avisa: "Quero dar uma afinada para sair desse padrão 'a gostosa'. Mas não vou abandonar o Carnaval. É algo que amo".

Um comentário:

Roberta de Oliveira disse...

Por isso o teatro no Brasil está hoje esse lixo que está!Basta mostrar os seus dotes siliconados p/ virarem atrizes.Tmbém,o que esperar desse diretor que fez a pior montagem de Hamlet(Shakespeare deve ter se remexido muito em sua tumba).O Brasil tem vários atores DE VERDADE,alunos de faculdades de artes cênicas,mas que infelizmente não têm oportunidade p/ mostrar o potencial por causa desse esgoto de celebridades instantâneas.Esse Aderbal Freire é o fracasso teatral,que agora apela p/ as gostosonas do carnaval.E c/ certeza,essa Pagung não teve nenhuma dificuldade p/ passar pelo Teste do Sofá...